A casa

A casa está cheia de armadilhas, sombras, buracos. Há uma esperança verde caída no chão. Também há música. Isso é um alívio.   Lady pode dançar e ficar nua. Pode sonhar em mexer os pés enquanto trabalha.  Lá longe, pela janela, há um morro verde como a esperança. E o gato. Sim, também há um gato branco que brinca de passear pelos labirintos da casa.

O gato gosta da lady, e vice-versa. São parceiros. Ambos querem liberdade para criarem invenções. A lady inventa. O gato inventa.

Todos os dias durante as tardes de sombras, durante as dores do mundo, durante as incertezas do isolamento, Lady e gato tiram um tempo para contarem histórias. Hoje criaram uma esperança e um morro. São verdes e tem texturas. Têm corpo e palavra. Todas as coisas precisam existir para afastar a tristeza. A esperança, o morro e as histórias existem para ocupar a casa com vida.

Quando o buraco fica muito grande, a morte ronrona, Lady e gato fogem das sombras. É possível que haja algo doce e macio para além das fronteiras. É preciso buscar sentidos onde nada mais faz sentido.

Apesar de haver nuvens no céu azul, hoje a esperança era muito miúda. O que fazer? Tantas armadilhas e sentidos adormecidos. Lady e gato resolveram convidar Baco para tomar um porre.

E aqui estão. Borbulhas, casa, uvas, gato, Lady e seus cabelos brancos.

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