Aquarela de neon

Riscos cortam a noite. Vermelhos, amarelos, verdes, múltiplos sinais em cada esquina. Parada e movimento avançam. Os carros deslizam, os avisos se multiplicam pela madrugada. Outras cores dançam no calçadão. Branco e preto, numa mistura sinuosa,  formam o mosaico. A geometria das curvas insinua serpentes marítimas. Ondas e uma meia lua desenhada na avenida tingem a orla de noturno azul. Vias paralelas: asfalto e areia estilhaçam raios. Espinhas de peixes nos telhados, peixes submersos no mar, e gente vagando com olhos de maresia. Tudo, lado a lado, nada no mesmo cenário. Nesta cidade de caleidoscópios há margem para vigília. O poeta fundido em ferro e poesia está lá em silêncio, continua atento aos sonhos do mundo.

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